terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ventania

E o vento batia na vidraça.
O rosto desfigurado pelo vidro aguado.
E a chuva se atirava ao chão.
o gato pulou do telhado;
o de chapéu alagado atravessou a rua.
E o vento desfigurado se atirava ao chão.
O rosto aguado atravessou a rua.
E a chuva batia na vidraça.
o gato pulou do telhado;
o chapéu se atirava ao chão alagado.
- E os postes continuavam acesos.
E o vento acariciava a vidraça aberta.
O lindo rosto bebia a água do vidro.
E a chuva já inundava o chão.
o gato pulou do telhado;
o do chapéu ao chão parou à frente.
- E os postes continuavam acesos.
E o vento beijava as paredes da sala.
O rosto embriagava-se de lágrimas.
E a chuva sorria.
o gato pulou do telhado;
o de antes com chapéu, entrou.
- E os postes continuavam acesos.
E o vento parou.
O rosto sorriu.
E a chuva cessou.
o gato miou no muro;
o sem chapéu beijava as lágrimas:
secas.
- E os postes já estavam apagados.

por Rosa Antuña em 24/8/94

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